quinta-feira, 28 de agosto de 2014

(Nos quinze minutos do intervalo em conversa solta de torcedor): O PODER DESSES CARAS!



Imaginem a minha surpresa ao ligar para o banco, numa consulta de rotina, e saber que meu qualquer havia desaparecido!

Consultei a fonte que despeja, mensalmente, o qualquer e me enviaram, via fax, a informação de que o desaparecido deveria estar lá, quietinho, esperando as minhas escolhas no que tange a torrá-lo...

Liguei, novamente, para o banco e meu gerente me informou que havia algo errado com a minha conta, pois, pelo que informava o sistema, havia uma constatação de que eu havia morrido!

Talvez eu morra no domingo que vem nesse meu voo duplo de paraglider, mas disse a ele que, a não ser que estivéssemos numa sessão espírita, eu estava bem vivo (ao menos por enquanto)!

Mas ele respondeu que, infelizmente, havia a questão da burocracia!

Eu deveria provar que estava vivo indo lá na agência!

Forneci-lhe dados, de sobejo, numa tentativa de comprovar que eu não era um fantasma.

Mas foi em vão...

Então lembrei a pergunta que me fizeram tempos atrás: “ – Qual o seu maior medo”?

Na ocasião não consegui me decidir acerca desse tal “maior medo”!

Mas naquele momento, ouvindo o ‘tchau’ seco do famigerado gerente, em forma de um: “ – Tenha uma boa tarde!”, descobri que tenho medo de gerente de banco!

Fiquei tentando visualizar a imagem do cara, um matador virtual que consegue apagar a existência do meu tão merecido qualquer!

Aquela voz seca e concisa! Aquela certeza de que eu não mais fazia parte da prole que caminha para constatar que o futuro é dos que têm o poder para matar e para deixar vivo...

Será que o Maluf e os outros ladrões que despejam bilhões nas contas bancárias, por aí a fora, também têm medo de gerente?

Meu D’us! E agora? Apenas rezo ou viajo mais de mil e quinhentos quilômetros para provar que não desencarnei?

E se eu morrer em um acidente durante o percurso?

Será que meu qualquer mensal vale o sacrifício?

O mais estranho é que eu pensei em reclamar com o chefe do gerente, mas na agência é ele o que manda e os outros apenas obedecem!

Ouvir-me ia o presidente ou um dos grandes executivos da maior empresa de sociedade mista do país?

Decidi não reclamar mais, afinal deve ser um fardo, para o poderoso gerente, essas enfadonhas reclamações de gente como eu que gasta o seu tempo trabalhando duro para dar continuidade a essa tentativa diária de melhorar a sociedade de modo que ela forme novos super gerentes e esses venham demonstrar seu poderio de decisões despóticas que venham, no futuro, tirar do sério milhões de ocupados em aumentar a produção da colmeia chamada Brasil que tem o desprazer de possuir muitos zangões e uma só rainha: a desorganização!

Ronaldo Rhusso



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