sábado, 30 de agosto de 2014

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

(Nos quinze minutos do intervalo em conversa solta de torcedor): O PODER DESSES CARAS!



Imaginem a minha surpresa ao ligar para o banco, numa consulta de rotina, e saber que meu qualquer havia desaparecido!

Consultei a fonte que despeja, mensalmente, o qualquer e me enviaram, via fax, a informação de que o desaparecido deveria estar lá, quietinho, esperando as minhas escolhas no que tange a torrá-lo...

Liguei, novamente, para o banco e meu gerente me informou que havia algo errado com a minha conta, pois, pelo que informava o sistema, havia uma constatação de que eu havia morrido!

Talvez eu morra no domingo que vem nesse meu voo duplo de paraglider, mas disse a ele que, a não ser que estivéssemos numa sessão espírita, eu estava bem vivo (ao menos por enquanto)!

Mas ele respondeu que, infelizmente, havia a questão da burocracia!

Eu deveria provar que estava vivo indo lá na agência!

Forneci-lhe dados, de sobejo, numa tentativa de comprovar que eu não era um fantasma.

Mas foi em vão...

Então lembrei a pergunta que me fizeram tempos atrás: “ – Qual o seu maior medo”?

Na ocasião não consegui me decidir acerca desse tal “maior medo”!

Mas naquele momento, ouvindo o ‘tchau’ seco do famigerado gerente, em forma de um: “ – Tenha uma boa tarde!”, descobri que tenho medo de gerente de banco!

Fiquei tentando visualizar a imagem do cara, um matador virtual que consegue apagar a existência do meu tão merecido qualquer!

Aquela voz seca e concisa! Aquela certeza de que eu não mais fazia parte da prole que caminha para constatar que o futuro é dos que têm o poder para matar e para deixar vivo...

Será que o Maluf e os outros ladrões que despejam bilhões nas contas bancárias, por aí a fora, também têm medo de gerente?

Meu D’us! E agora? Apenas rezo ou viajo mais de mil e quinhentos quilômetros para provar que não desencarnei?

E se eu morrer em um acidente durante o percurso?

Será que meu qualquer mensal vale o sacrifício?

O mais estranho é que eu pensei em reclamar com o chefe do gerente, mas na agência é ele o que manda e os outros apenas obedecem!

Ouvir-me ia o presidente ou um dos grandes executivos da maior empresa de sociedade mista do país?

Decidi não reclamar mais, afinal deve ser um fardo, para o poderoso gerente, essas enfadonhas reclamações de gente como eu que gasta o seu tempo trabalhando duro para dar continuidade a essa tentativa diária de melhorar a sociedade de modo que ela forme novos super gerentes e esses venham demonstrar seu poderio de decisões despóticas que venham, no futuro, tirar do sério milhões de ocupados em aumentar a produção da colmeia chamada Brasil que tem o desprazer de possuir muitos zangões e uma só rainha: a desorganização!

Ronaldo Rhusso



terça-feira, 26 de agosto de 2014

Na banheira

Uma das coisas que faz com que o futebol seja tão popular é a facilidade de assimilação das suas regras, poucas e simples, com exceção de uma que, até pouco tempo, era muito complicada e dava margem a várias interpretações. Hoje, ela é simples, porém, muitas vezes, de difícil aplicação. Trata-se da décima primeira das dezessete leis que regem o jogo. A lei diz que o jogador está em impedimento de continuar a jogada, está fora de jogo, off side (como se diz no original) ou está na banheira (como se dizia no meu tempo). Pretendo aqui dar a minha sugestão para mudança da Regra 11 (croqui) esperando que seja colocada em apreciação pelos órgãos competentes.


Porém, antes gostaria de dissertar sobre o termo “Banheira”. Alguns acham que vem do fato do impedimento acontecer majoritariamente na zona do campo em que é mais pisada, onde se forma uma grande poça quando chove. Não, essa é a chamada Zona do Agrião, que é planta que dá na água. Outros, mais apropriadamente, dizem que seja porque na banheira é um lugar onde, supostamente, se está sozinho, isolado, uma das condições para o impedimento. Vou dar a minha versão: Os jogos com bola perdem-se na memória da história e são comuns a todas as civilizações, porém, como a nossa, dita ocidental tem seu berço na Grécia Antiga, é para lá que vamos: Conta-se que Arquimedes era muito chegado ao jogo do “esferopédio”. Como a sua posição era a de avançado e a bola custava chegar até ele, aproveitava o tempo refestelado numa banheira que levava para onde ia. Dizia ele que para além de refrescar, a água ajudava a pensar e pensar era a sua profissão. O jogo da bola ele exercia amadoristicamente. E, com isso de trabalhar enquanto se brinca, aconteceu de um dia ele ter uma grande ideia durante um jogo. Como um louco, abandonou o campo a correr e a gritar “Eureka!” sem ao menos ver a bola que lhe fora lançada. A sua mais recente ideia tomava-lhe muito tempo em conferências e aulas a ministrar e Arquimedes nunca mais volveu aos campos, mas o seu estilo legou-nos o termo que (os do meu tempo) ainda ouvem ribombar no ouvido da memória gritado por “Mário Vianna com dois enes!” a pleno pulmão, categoricamente, com todas as vibrações que o erre entre vogais permite: “Banheira!”