A regra do fora de jogo tal como a conhecemos hoje não existe desde os primórdios do desporto rei. Até porque, nos primeiros desafios de futebol, existiam apenas duas regras. A saber:
Regra 1: O objectivo do jogo é colocar a bola dentro da baliza, marcando golos.
Regra 2: É expressamente proibido que qualquer jogador aproveite as celebrações decorrentes da marcação de um golo para dar largas a tendências sodomitas e colocar as mãos de forma indecorosa sobre partes íntimas do corpo de um colega.
Uma destas regras viria posteriormente a ser abandonada por deliberação do célebre dirigente da FIFA e ex-jogador, o austríaco Rolf “Mariazinha” Pfeiffenberg.
A figura do fora de jogo surgiu apenas após o torneio de futebol dos Jogos Olímpicos de 1924, quando o avançado uruguaio Héctor Scarone passou a maior parte dos desafios sentado na grande área dos adversários numa cadeira de lona, levantando-se apenas quando a bola chegava perto e marcando assim um total de oito golos, valiosos para conquistar a medalha de ouro.
A proeza começou a ser duplicada por avançados de outras equipas e, rapidamente, a FIFA viu-se forçada a tomar medidas para evitar que o futebol se transformasse numa espécie de convívio na relva em que os participantes se levantavam ocasionalmente para pontapear uma bola que passasse por perto.
Nasce assim a regra do fora de jogo. O seu criador foi um delegado americano da FIFA, Jerome Watkins, que resumiu a regra num parágrafo pioneiro: “Jogador que se coloque de forma abusiva à frente da defesa adversária não poderá receber a bola e, se o fizer, deverá ser preso a um dos postes da baliza, despido e açoitado por todos os jogadores contrários, depois de estes lhe urinarem em cima, enquanto o público entoa cânticos místicos.”
Hoje em dia, é universalmente aceite que Watkins era um homenzinho muito estranho e os seus contemporâneos passaram a olhar para ele com desconfiança desde a redacção do parágrafo, remetendo-o para um canto e incumbindo-o de desenvolver um tipo de futebol que pudesse ser jogado na praia. (Watkins viria mesmo a desenvolver um tipo de futebol de praia, mas sem qualquer relação com a variante que hoje se joga por envolver equipas de 800 elementos para cada lado, três elefantes pintados de azul, um coro de tragédia grega e balizas móveis transportadas por eunucos).
A partir deste esboço inicial, depressa se alcançou uma versão da regra limpa de bizarrias e elementos sadomasoquistas, que entrou em vigor de imediato, impedindo para todo o sempre os golos marcados por jogadores oportunistas que passam o jogo “à mama” (para saber o que é uma mama, é favor consultar o Google). Actualmente, após muitas clarificações, o fora de jogo é claramente entendido por todos com excepção de alguns árbitros e fiscais de linha.
Agradecimentos a Nuno Costa
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