sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

O ANO EM QUE O BRASIL GANHOU O EUROPEU

Ao Embaixador da Língua João Augusto de Médicis

Corre o ano da graça de 2116.
A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, ainda não alcançou a estrutura económica da Commonwelth mas, em compensação, tem grande desenvoltura cultural.
Nesse gracioso ano, Timor Lorosae viu sua Selecção Nacional de Futebol classificada para a Copa Asiática. A equipa, que tão bem se comportara na fase de apuramento, ficou desfalcada. Sentindo que não teria hipóteses contra os poderosos Japão e Coreia, já unificada e contra a coqueluche asiática, o Camboja, revelação do torneio, Timor pediu que Portugal vestisse a camisola de sua selecção, aproveitando-se das regalias conseguidas pela C.P.L.P.
Portugal ponderou e viu a possibilidade de tirar uns dividendos económicos principalmente na importação do café da região, tão ao gosto dos portugueses e que ainda estava nas mãos do americano. O problema é que Portugal estava apurado para a fase final do Europeu, com boa cotação. O povo assustou-se com a possibilidade de ser representado pela Selecção B que não inspirava confiança mas viu com bons olhos a substituição poder ser feita pela Selecção Canarinha do Brasil, que aceitou de chofre o convite. Nem pestanejou, pois seria a oportunidade de disputar o campeonato tido como de maior grau de dificuldade. Maior até que da Copa do Mundo.
O Brasil estava com a mesma deficiência de Portugal para formar uma boa equipa B para representá-lo na Copa América. Solicitou a Angola que estava com uma esquadra de fazer inveja classificada em primeiro lugar do grupo, invicta, para o Torneio das Nações Africanas. Angola não aceitou vestir a camisa brasileira pois era uma grande oportunidade que tinha de sagrar-se campeã africana. E não deu outra...
Estava difícil arranjar um substituto para o Brasil pois, outra selecção que tinha um bom plantel era a de Moçambique que, já há muito estava mais para o lado da Commonwelth. Os outros países de língua oficial portuguesa não tinham boas selecções, na altura.
A solução foi encontrada pela Guiné. Treinar-se um combinado com os melhores jogadores de países cujas selecções não estivessem envolvidas nas competições. A própria Guiné formou o meio-campo. Os atacantes e o guarda rede eram de Cabo Verde e de São Tomé e Príncipe. A zaga completa, inclusive, os reservas, era da Galícia que mesmo sendo considerada uma defesa de grande categoria, só disputava os regionais na equipa que pertencia. O Guarda redes suplente era um luso-americano de Nova Jersei. E assim foi constituída a selecção que venceu a Copa América representando o Brasil, que por sua vez...
Ena!... que uma coisa dessas é tão boa que eu quero viver para ver portanto, vou começar de novo a história:
Corre o ano da graça de 2024...
Ano gracioso em que o mundo falou português.

jc
Lisboa, Março de 2004

1 comentário:

  1. Num entendo nada de futebol, destarte a maneira como o vejo não tem nada de louvável... se fosse uma pessoa indelicada diria “ Não suporto esta md !”
    Mas como não é o caso, digo só e apenas que o futebol, por vezes, me é fenomenal “Qdo aprecio as belas formas de alguns jogadores a correr pelo campo! É lindo!”

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